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TROPA DE ELITE: QUESTÃO SOCIAL
Para ser qualificada de grande, uma obra de arte precisa estabelecer conexões profundas com as pessoas. Ao analisar o papel das tragédias teatrais, por exemplo, o filósofo grego Aristóteles concluiu que elas acabavam por purificar os espectadores quando lhes causavam sentimentos de terror e compaixão. Isso porque, depois de experimentá-los, as pessoas sairiam aliviadas, purgadas dos próprios pesadelos. Aristóteles chamou a isso catarse. O tipo de conexão proporcionado pelo filme Tropa de Elite, do diretor José Padilha, é de outra ordem. Trata-se de um grande filme justamente pelo contrário: ele não concede válvulas de escape ao retratar como a criminalidade degradou o país de alto a baixo. O pesadelo real ganha ainda mais nitidez. A sociedade brasileira, pelo jeito, ansiava por esse tapa na cara dado pelo capitão Nascimento, o policial interpretado magistralmente por Wagner Moura.
Lançado há pouco tempo, o filme Tropa de Elite, dizem os dados estatísticos ser o mais visto e comentado da história do cinema brasileiro, entende-se que a população brasileira se importa com as questões que existe na sociedade e quer mudanças na sua estrutura. Gírias policiais reproduzidas no filme e trechos de diálogos entre os personagens – como "pegou geral" e "01 pede pra sair" – tornaram-se bordões repetidos nas mais diversas situações. O assunto da obra do diretor José Padilha é a guerra diuturna que a polícia carioca move contra os traficantes de drogas encastelados nos morros favelizados da cidade. Mais especificamente o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a tropa de elite do título. O tráfico de drogas, o nervo mais exposto de um país em desordem e refém do medo, é tema comum na cinematografia nacional recente. A diferença é que esse filme o aborda pondo os pingos nos is. Bandidos são bandidos, e não "vítimas da questão social". Há policiais corruptos, mas também muitos que são honestos. Se existem traficantes de cocaína e maconha, é porque há milhares de consumidores que os bancam. Muitos desses consumidores, aliás, são aqueles mesmos que fazem "passeatas pela paz" e compactuam com a bandidagem para abrir ONGs em favelas. Por último, a brutalidade de alguns policiais pode ser explicada pelo grau de penúria e abandono que o estado lhes reserva.
Ditas de maneira tão simples, essas verdades parecem de uma obviedade ululante. E são. Mas o Brasil, infelizmente, é um país de idéias fora do lugar por causa da afecção ideológica esquerdista que inverte papéis, transformando criminosos em mocinhos e mocinhos em criminosos. Aqui, a "questão social", é justificativa para roubos, assassinatos e toda sorte de crime e contravenção – mesmo quando praticados por quadrilhas especializadas, compostas por integrantes que nada têm de coitadinhos.
A sociedade está alienada a um "submundo" de fantasias, mudanças e máscaras. Os noticiários mostram uma pequena parte da realidade de viver neste mundo. Mas o problema-foco não é mostrado. A verdadeira cara do cidadão brasileiro, suas necessidades, seus cotestamentos, sua indignação. Pelo contrário, esfregam na cara do povo, através do sistema político, que quem está no poder pode agir contra as leis, até um crime bárbaro, mas não recebem punições. Enquanto um “ladrão de galinha” é preso e condenado a anos de prisão.
Este filme, que já gerou e ainda gera críticas, mostra nada mais nada menos, do que a realidade nua e crua do cotidiano suburbano, ou periférico. E com certeza virão grandes nomes da defensoria da pátria dizer que há sensacionalismo e exagero aos fatos expostos no filme. Sensacionalistas são eles, que aconselham a sociedade relaxar mediante tamanho descaso com a vida do ser humano. Creio eu que está mais do que na hora de exibir a todos os brasileiros a verdade sobre o nosso país, o que acontece nas periferias enquanto estamos dormindo em casa. É muito fácil colocar a culpa na polícia, e deixar o tráfico tomar conta de tudo e de todos.
Talvez mostre para as pessoas, que não a conhecem o fato de como é a vida cotidiana de um policial do BOPE, que são "heróis" não reconhecidos pela sociedade, mas o grande aprendizado do filme é mostrar que todos somos vitimas do sistema que o Brasil cultivou. O que realmente o nosso governo está tentando resgatar mas isso levará vários anos é a Educação. Hipocrisia ou não o Brasil é isso mesmo com globo ou sem ela acabamos ligando a televisão e nos corrompendo por ela.
Cabe a cada um de nós sermos mais ativos na política e agirmos de forma a modificar algumas leis que vêem a beneficiar pessoas que são a minoria na sociedade, enquanto que o restante vive a mercê, na dependência sofrendo as conseqüências. Sei que um filme, talvez não irá demonstrar todos os “podres” da sociedade e nem ao menos resolver, mais que sirva de reflexão para a nossa sociedade brasileira, tão acomodada e entregue, sem opinião própria.....
*Sandro Ambrósio Alves, Graduado em História pela UFMT-CUR (Campos Universitário de Rondonópolis) e membro da Igreja Evangélica Assembléia de Deus
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